segunda-feira, 15 de março de 2010

Entrevista especial - Julio da Importadora de vinhos Porto Mediterrâneo


BP:Como surgiu a Porto Mediterrâneo? Qual o diferencial da empresa no mercado?

Os sócios da Porto Mediterraneo são sócios em outra empresa, uma trading company, mais antiga. Em 2006 os sócios pretendiam diversificar os seus negócios e, após a análise de algumas oportunidades de mercado e levando em conta a paixão de um dos sócios pelo vinho, criou-se a Porto Mediterraneo.

Quanto ao diferencial da empresa, acho difícil de responder. Existem muitas importadoras no Brasil, sendo algumas muito boas. Nós tentamos ser profissionais ao máximo. Ter produtos com excelente relação entre preço e qualidade, ter um bom serviço de venda e pós-venda, dentre outras coisas. Um fator importantíssimo é a construção do portfolio. Ter um portfolio grande o suficiente para não pecar por falta de opções e pequeno suficiente para não gerar competição entre os produtos do próprio portfolio é um desafio. No que se refere a este tema, eu acredito que estamos indo muito bem.

BP: No mercado atual encontra-se uma grande variedade de vinhos, poderia nos contar quais são as novidades recentes e um pouco das suas características?

Uma das novidades, apesar de não muito recente, são os vinhos biodinâmicos. No Brasil o mercado para este tipo de produto ainda é restrito, as pessoas não procuram muito. Na Europa esta procura é maior. Eu vejo essa tendência com algumas restrições, por alguns motivos. Primeiro que o processo de certificação do produtor e seus produtos é burocrático e caro, encarecendo o produto final. Segundo, e mais importante: as entidades certificadoras, ao impor as regras e procedimentos permitidos ao produtor, fazem com que ele acabe por não ter liberdade no processo produtivo, o que, em última análise, pode não ser favorável. Obviamente que todos queremos que o vinho que estamos tomando seja o mais natural possível, mas a falta de flexibilidade pode, em alguns casos, comprometer a qualidade.

BP: Qual a importância do nosso curso de pós-graduação em enogastronomia para o mercado enológico?

Acho que a profissionalização dos envolvidos no mundo do vinho é importantíssima para o desenvolvimento do setor no Brasil. Apesar de termos um consumo pequeno, o mercado brasileiro é um dos mais competitivos do mundo e está em forte expansão. Este cenário requer a existência de profissionais qualificados, com embasamento técnico e experiência. Nesse sentido, entendo que o curso tem muita importância.

BP:Particularmente falando, eu gostei muito do site da Porto Mediterrâneo, desde o layout até as informações completas. Vocês trabalham com vendas virtuais para outras cidades do Brasil e outros países?

Precisamos utilizar mais o nosso website como ferramenta de comunicação com os nossos clientes/consumidores. Para tanto, estamos promovendo algumas mudanças, buscando dar um pouco mais de interatividade ao site, com novidades constantes e informações sobre os nossos eventos. Não realizamos vendas virtuais. Temos alguns clientes que as fazem, mas não nós diretamente.

BP: Aqui no nosso blog temos uma enquete: Qual a trilha sonora para a sua degustação?
Sempre que penso em harmonizar vinho com música, o que é raro, procuro escolher uma trilha sonora da mesma origem do vinho (ex: Edith Piaf com um belo borgonha). Às vezes é legal, mas é difícil de operacionalizar. Na minha opinião o vinho precisa ser algo mais fácil, sem formalidades, mais acessível. É uma bebida para muitos momentos. Adoro a companhia do vinho enquanto cozinho ou durante um bom filme.

BP: Para você qual e a harmonização ideal e faça-nos uma sugestão de 5 vinhos que devemos ter o prazer de degustar.

De maneira geral, gosto muito de harmonizar vinhos e pratos de uma mesma região, como um bom malbec com um assado mal passado, ambos argentinos, ou uma açorda de bacalhau com um tinto leve alentejano.
Agora, se for para escolher “a harmonização ideal”, penso que foie gras com o SURAZO LATE HARVEST SEMILLON/RIESLING 2004 é uma combinação campeã.

Com relação à sugestão de vinhos para degustação, poderia indicar, além do Surazo Late Harvest, os seguintes vinhos:

HERDADE DAS BARRAS 2005 – Portugal – Alentejo.
Um dos 120 melhores vinhos do mundo, sem limite de preço, de acordo com o International World Challenge – IWC, de Londres. Uma experiência memorável.

PASANAU EL VELL COSTER 2006 – Espanha – Priorat.
Um grande vinho, feito de uvas procedentes de vinhedos de mais de 60 anos. Potente e intenso como se espera de um Priorat, mas elegante e equilibrado como poucos desta região. Produz-se em torno de mil garrafas deste vinho por ano. Restam apenas 36 garrafas desta safra, as quais chegam ao Brasil dentro de aproximadamente 2 meses.

CAVAS DE LOS ANDES MALBEC GRAN RESERVA 2007 – Argentina – Mendoza – Luján de Cuyo.
Um grande malbec. Potente, mas sem excessos de madeira e com seus 14,5% de álcool completamente integrados, sem sobras. Notas de frutas vermelhas muito presentes. Delicioso. Um dos 5 melhores Malbec na faixa entre R$ 100,00 e R$ 200,00, segundo o Guia 4 Rodas de Vinhos (vol 4 – 2009).

SURAZO CABERNET SAUVIGNON GRAN RESERVA 2002 – Chile – Vale do Rapel.
Melhor Cabernet Sauvignon do Chile de acordo com a Revista Vinho Magazine (Ed. 84 – 2009). Um vinho complexo, fino e elegante, com estilo do velho mundo.

Agradeço imensamente por esta entrevista
Acessem ww.portomediterraneo.com.br


por Mariana de Castro
colaboração Ana Paula Dapper.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Dry Martini, o drinque cult dos finos e chiques

Sensacional reportagem retirada da Edição de estréia da revista Gula, confira!



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terça-feira, 2 de março de 2010

Série Mulheres & Vinhos - Nicole Barbe Clicquot Ponsardin



Começo hoje nossa série sobre as mulheres no mundo dos vinhos e como dito anteriormente na postagem sobre Champagnes, inicio com Nicole Clicquot.
Nicole-Barbe Ponsardin, nascida em 16 de dezembro de 1777, casou-se com François Clicquot, filho de Philippe Clicquot-Muiron, em 10 de junho de 1798. Mas seu marido morreu em 23 de outubro de 1805, deixando-a viúva (veuve em francês) e no controle da companhia. Até aquele momento, a companhia dividia suas atividades entre a produção de champanhe, serviços bancários e comercialização de lã. Sob comando de Madame Clicquot, a companhia concentrou seu foco inteiramente na produção de champanhe.
Durantes as Guerras Napoleônicas, foi bem sucedida exportando sua champanhe (ao Império Russo em 1814, entre outros) e estabelecendo-a nas cortes reais. Na corte brasileira, remessas desta champanhe foram enviadas por encomenda ao imperador Pedro II.
O processo de industrialização da produção de champanhe é creditado a Madame Clicquot no início do século XIX. Com a ajuda de seu mestre de adega, Antoine de Müller, Clicquot inventou o riddling rack (inclinação gradual das garrafas até a vertical), que permitia o dégorgement (degolação, eliminação) de restos de levedura e sedimentos do vinho num processo de purificação da bebida. A invenção de Clicquot compunha-se de uma mesa de madeira com buracos circulares perfurados nela, que permitia à garrafa de vinho ser presa sur point (de ponta a cabeça após centrifugação manual). Todo dia, um ajudante de mestre de adega cuidadosamente sacudia e girava (remuage) a garrafa para conduzir os restos de levedura e sedimentos acumularem-se no gargalo. Uma vez vez acumulados, a tampa era congelada. Após a retirada da rolha, os sedimentos eram expulsos naturalmente pela expansão dos gases. O vinho, purificado, era novamente lacrado com rolha. A champanhe Veuve Clicquot tem o selo de autorização real da Rainha Elisabete II para comercialização na Grã-Bretanha.
Madame Clicquot morreu em 29 de julho de 1866, deixando uma bem estabelecida marca de champanhe.


A Veuve Clicquot Ponsardin é uma casa de champanhe de Reims, França, e uma marca de champanhe, facilmente reconhecida pelo distinto rótulo laranja em sua garrafa. Fundada em 1772 por Philippe Clicquot-Muiron, Veuve Clicquot (pronunciado grosso modo vuuv clicô [ponsardan]) desempenhou um importante papel no estabelecimento da champanhe como bebida escolhida pela nobreza e pela rica burguesia européia. Situada em Reims, Veuve Clicquot faz parte do grupo Louis Vuitton Moët Hennessy de artigos de luxo desde 1987.